quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jean-Paul Sartre


"Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos." Jean-Paul Sartre.


Sartre era um filósofo francês, nasceu na capital Paris em 21 de junho de 1905. Mudou-se com a mãe Anne-Marie Schweitzer para Meudon, onde foi morar com seu avô paterno, em função da morte de seu pai. Sartre tinha dois anos na época, e a ausência da figura de seu pai foi fundamental, segundo os críticos, para a vida radicalmente livre, liberta e predominante na teoria existencialista; “é o próprio homem, nunca escolha livre porém “situada”, quem determina sua própria existência.” Sartre era conhecido por retratar sua filosofia em diversos engajamentos políticos e sociais.
Ao ingressar no curso de filosofia da Escola Normal Superior, Sartre mostrou-se interessado pelas discussões do problema da liberdade. Desde cedo, Sartre era conhecido pelo seu alto nível de criatividade, como leitor precoce, optou por ser escritor aos dez anos de idade, quando ganhou sua primeira máquina de escrever. Aquele objeto foi seu instrumento de trabalho pelo resto de sua vida. Ainda na Escola, Sartre conheceu a escritora Simone de Beauvoir (1908 - 1986), com quem teve uma “relação aberta” durante toda a vida. Sartre não se dava bem com professores, o que mais tarde seria sua profissão. Nas horas vagas, Sartre escrevia novelas e peças teatrais. Foi no ano de 1928 que Sartre escreveu o romance, A Lenda da Verdade, rejeitado pelos editores. Foi também nesse período, que Sartre prestou Serviço militar, visitando Berlim por um ano em 1933, quando teve contanto com uns dos principais filósofos alemães: Edmund Husserl (1859-1938), Heidegger (1889 - 1976) Karl Jaspers (1883-1969), Max Scheller (1874-1928) e principalmente Kierkegaard (1874 - 1928) do qual foi referencia para a criação da sua própria versão da filosofia existencialista. “A Filosofia aparece a alguns como um meio homogêneo: os pensamentos nascem nele, morrem nele, os sistemas nele se edificam para nele desmoronar. Outros consideram-na como certa atitude cuja adoção estaria sempre ao alcance de nossa liberdade. Outros ainda, como um setor determinado da cultura. A nosso ver, a Filosofia não existe; sob qualquer forma que a consideremos, essa sombra da ciência, essa eminência parda da humanidade não passa de uma abstração hipostasiada.” (1).





Foi na Alemanha que Sartre deu inicio ao romance A Náusea. Publicou A Transcendência do Ego, na França em 1936. Depois de editado o livro A Náusea, um ano depois, em 1939 é publicado uma coletânea de contos; O Muro, Esboço, Teoria das Emoções e em 1940, mais um, O Imaginário. Foi entre os anos 50 - 60, quando já era um autor consagrado, que Sartre escreveu sua maior criação, a Critica da Razão Dialética, um diálogo entre o marxismo e o existencialismo. Em 1952, Sartre ingressa no Partido comunista Francês, na mesma época em que passou um mês em Cuba, como hospede de Fidel Castro, também Comunista. Sartre é indicado e ganha o Prêmio Nobel de Literatura em 1964. Porém, o recusou, dizia ele “não acreditava em submeter a juízes e seus julgamentos, mesmo quando premiado. Sartre faleceu em 15 de abril de 1980, em Paris.
Trecho do livro A Náusea.
“Gostaria tanto de me abandonar, me esquecer, dormir. Mas não posso, eu sufoco: a existência me penetra de todos os lados, pelos olhos, pelo nariz, pela boca… E de repente, num instante, o véu se rasga, eu compreendi, eu vi. Não posso dizer que me sinta aliviado ou contente; ao contrário, isso me esmaga. Mas minha finalidade foi atingida: eu sei o que queria saber; tudo o que me aconteceu depois do mês de janeiro, eu compreendi. A náusea não me abandonou e não creio que me abandone tão cedo; mas já não sofro, não é mais uma doença ou uma febre passageira, eu sou a náusea.” (SARTRE, 1958, p. 159).


Existencialismo.
       A corrente existencialista veio a surgir em meados do Século XIX, com as teorias do filósofo Kierkegaard antes, e após a segunda-guerra, seu apogeu com as teorias do Alemão Heidegger e o Francês Jean-Paul Sartre. A fenomenologia, outro conceito filosófico, significou muito para as fundamentações existencialistas, mais necessariamente no fenômeno da consciência. O existencialismo trata o ser humano como indivíduo e não como objeto de uma teoria geral filosófica. O homem é que faz sua própria existência, não é um ser que foi projetado para alguma finalidade, ele é que deve possuir seus projetos. Para o existencialismo, o mundo é irracional e absurdo, fora de nossa compreensão, sem explicação para o fato de ele ser da maneira que é. “A falta de sentido, a liberdade consequente da indeterminação, a ameaça permanente de sofrimento, da origem à ansiedade, à descrença em si mesmo e ao desespero; há uma ênfase na liberdade dos indivíduos como a sua propriedade humana distintiva mais importante, da qual não pode fugir.” (8).
Vídeos sobre o tema.
Palestra com o renomado Professor da USP Franklin Leopoldo e Silva, sobre o conceito de Liberdade em Sartre.

Jean-Paul Sartre e Simone Beauveir
       Jean-Paul e Simone de Beauvoir se conheceram na Sorbonne e se tornaram íntimos após fazerem um pacto em meados de 1929. Foi esse pacto que definiu a excentricidade do casal: optaram por uma relação aberta, servindo suas experiências amorosas com terceiros, um meio de compatibilizar suas liberdades individuais a vinda em conjunto. Mas o que os mantinha realmente juntos, era a paixão pela leitura e escrita quem ambos tinham.
Dedicaram-se a escrita pelo resto da vida, ela três anos mais nova, escreveu diversos romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia. Ele foi um dos principais filósofos contemporâneos a tratar o “existencialismo” como sua filosofia principal, além de escrever vários livros e peças teatrais, lhe rendendo um recusado Prêmio Nobel de Literatura. O casal sempre morou em apartamentos separados, e Simone cada vez mais ligada ao feminismo, fundou, com outras feministas, a Liga dos Direitos da Mulher.         

Com sua saúde em declino, Sartre é motivo de preocupação para Simone em 1977. Uma espécie de acordo feito entre Simone e as amantes de Sartre, diz num certo revezamento entre elas, para que tentassem impedir Sartre de consumir bebida alcoólica. Em 1980 Sartre é internado em um hospital e morre m 15 de Abril deste mesmo ano. “Na longa entrevista que Sartre concedeu à sua companheira em 1974, o interesse dele por outras mulheres foi discutido abertamente; àquela altura, o triunfo de Beauvoir sobre todas as outras estava consolidado. Com outras mulheres, Sartre experimentava o mundo singular de cada uma. Porém "o mundo, eu o vivia com você". Parecia um amor esfriado; talvez não fosse. "Amo muito você, minha querida Castor", teria lhe dito Sartre no hospital, dois dias antes de morrer.” (6). O choque com a morte de Sartre faz com que Simone debilite sua saúde no decorrer dos anos até sua morte. Com dependência alcoólica, em 1986, ela é internada com dores no estômago. Um edema pulmonar é diagnosticado. Simone vem a falecer  6 anos depois de Sartre, em 1986 aos 78 anos. Simone é enterrada no dia 19 de Abril na mesma sepultura onde posa Sartre. Seu enterro tornou-se uma grande cerimônia que reuniu aproximadamente 5 mil pessoas, a maioria feministas.  

Fonte de pesquisa:
Palmas - Tocantins. Todos os sites foram acessados no dia 12/02/2011.




4 http://my.opera.com/Luxúria/blog/index.dml/tag/Sartre  






Referência bibliográfica:

SARTRE, Jean-Paul. La Nausée. Paris. Gallimard. 1958. Tradução Thiago Adão Lara. 












domingo, 13 de fevereiro de 2011


“Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência.” Arthur Schopenhauer

Schopenhauer foi um filosofo alemão, que teve a dura carga de ser um filósofo entre Hegel (que era o mestre dos alemães) e Nietzsche (que começou com ele, mas logo se tornou seu principal opositor). Foi conhecido como o pai do pessimismo pela sua moral pessimista em seus livros, principalmente no O Mundo como vontade e representação (1819). No entanto, foi um dos autores que mais falaram de amor e liberdade e era tido (ele mesmo se considerava) cristão, algo tão cheio de esperança. Resumo do verbete schopenhauer em Dicionário dos Filósofos (HUISMAN,2001)

Para conhecer mais sobre sobre Arthur Schopenhauer clique na imagem e veja o artigo do site Stanford Encylopedia of  Philosophy.